Crenças limitantes
- Franciele Egher

- 15 de abr. de 2020
- 3 min de leitura
Quando viajei para o Mexico em 2017, pensei que estava aberta, que minhas crenças limitantes já tinham se curado, pois fui para o Mexico fazer um mochilão, com pouco dinheiro, com endereço de uma pessoa que nunca vi na minha vida, e não tinha nem falado por telefone, somente enviado mensagem pelo app couchsurfing. Assim eu estava certa que queria viver o que Deus estava me proporcionando, acreditar nas pessoas, viver a real fé que eu acreditava. Acredito que a fé estava além da minha compreensão e queria muito vive-la, com maior intensidade, ou vive-la de outra maneira, descobrir mais sobre essa fé que eu tanto propagava por onde eu passava.
Queria ver o que eu trazia dentro de mim, e se realmente o que trago dentro de mim, se torna realidade. Porque acredito que sou espelho, vou refletir e receber de volta, estava realmente aberta, sem medo de ser roubada, machucada, sem medo de não ter onde dormir ou comida, estava crendo, crendo em tudo que li na bíblia, nos livros budistas e outros livros também, queria viver a minha sabedoria, sem influências dos meus pais, amigos e de quem vivia ao meu redor.
Foi assim que fui para o Mexico, sem expectativas, só acreditando na minha fé, na esperança de esperançar no meu eu melhor.

Mas não foi exatamente assim, que tudo funcionou, percebi que sim, minhas crenças eram limitantes, que julgava muito também, e como eu poderia sair desses pensamentos, pois nada mais é que pensamentos. Foi quando, numa tarde, eu estava na casa de uns meninos que me acolheram, e me deram lugar para sempre voltar, pois o intuito da viajem era viajar o máximo possível, e eles não me cobravam nada, mas eu sempre ajudava eles no trabalho, que um deles eram caminhar com cachorro, como mostrei na foto, e na própria casa tinha uma pequena empresa de vidros e lápides, ajudava para comprar comida e o que sobrava eu também viajava, e nessa tarde, eu estava em casa, ja tinha feito minhas meditações e yoga, orações também, quando vi que na geladeira não tinha comida, fui olhar quanto eu tinha de dinheiro e tinha 13 pesos, fui ate a venda da esquina e comprei um leite e um pacotinho de cereal, voltei para casa comi e guardei, pensando em comer pela noite, quando algumas horas mais tarde, meu leite e cereal tinham acabado, naquele instante fiquei chateada, pensei porque tinham comido a minha comida, quando também no mesmo instante percebi meus pensamentos egotistas e comecei meus mantras para mudar esse pensamento que estava me limitando agradecer tudo que recebia constantemente. Em menos de 10 minutos entraram nossos vizinhos com muita comida, era um banquete, onde eu chorei ao ver tanta comida e o amor dos vizinhos que sabiam que os meninos estavam com dificuldades naquela semana, foi nesse instante que percebi mais uma vez como eu estava ainda com a mente fechada, que não estava vendo a realidade, que estava presa as minhas vontades e desejos, sem perceber que nenhuma vez eu fiquei sem comida, casa e pessoas ao meu redor para me dar amor.
Hoje vivendo essa pandemia, confinada em casa, faço minha vigilância em meus pensamentos e coração, pois aprendi que minha mente rapidamente passa para o negativo, e no negativo não vivo a verdade, não vejo a realidade e crio fantasias. Hoje criei uma nova rotina para estar em casa, para poder viver mais esse momento aberta a vida, com seus desafios e surpresas, hoje venho aqui escrever para você olhar com realidade, o que você esta vivendo, o que você recebe, e como você reage as situações, pois tudo esta em nossas mãos. Você tem o poder de decidir se quer ver com amor, ou com ódio, se quer reagir com carinho ou com raiva. Eu sei que muitas vezes reajo de uma forma agressiva, mas o que me faz ver com realidade a minha reação é a minha pratica com a realidade, é estar vivendo o amor, meditando e orando para ser sempre um ser humano melhor.





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